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domingo, 22 de abril de 2012

Vigésima Julieta

Querida Julieta, estava com algum receio de te aqui vir escrever porque nada disto faz sentido. Escrevo coisas que muitas vezes já não sinto. Eu já não amo. Deus tirou esse peso enorme do meu coração e colocou no lugar uma pomba branca para que vivesse na paz, eu sei que esta sensação maravilhosa de estar libertada de amar não irá durar muito, mas enquanto durar eu quero aproveitá-la ao máximo, com tudo o que puder, com todas as minhas forças, com os mais bonitos sorrisos. Quero puder dar o melhor de mim aos meus amigos, finalmente, depois de tudo o que os fiz passar, depois de me isolar no meu quarto e ignorar tudo o que me rodeava, mudei todas as minhas atitudes para com eles para pior, revelando-me egoísta, mas agora... é altura de recuperar, de mudar! Vou dedicar-lhes todo o tempo, sim, e vou deixar um de parte para te poder contar todas as aventuras, tudo de melhor. Nunca mais vou escrever sobre aquele amor, deixei-o para sempre como ele me deixou a mim. Enquanto a ti, a nós, eu não te posso deixar, porque foste a minha melhor amiga, o meu maior porto de abrigo. Vou escrever-te sempre que tiver novidades, sempre que o tempo me permitir. Vou escrever-te sobre coisas bem mais doces, alegres, bem mais interessantes, prometo. Um beijinho da tua amiga, Lara Vidal.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Décima sexta Julieta

Querida Julieta já é bastante o tempo que não te escrevo e por isso estou aqui, mais uma vez de coração puro e aberto para te confessar tudo o que escondo ao mundo exterior. Durante este tempo que estive ausente as lágrimas foram a minha companhia, entrei numa pequena depressão que me levou a um ponto preocupante de saúde. Estive no hospital durante dois dias e não conseguia comer. Para te ser totalmente sincera fiz tudo isso para chamar um pouco à atenção e isso deixa-me muito mal comigo mesma, porque eu nunca fui assim.
Nos dias em que o sorriso me está no rosto iludo-me com a certeza de que já não amo, que sou uma pessoa nova, que é ali que vou ser feliz; ganhar um novo sorriso com um brilho diferente, e depois, quando caiu na realidade volto à cama e à mesma almofada de sempre e as lágrimas invadem-me o rosto, a imagem dos seus olhos azuis ocupam-me os pensamentos e não me deixam dormir, atormentam-me e quando dou por mim é um dia novo. Mais um cigarro e vejo-me totalmente perdida, os caminhos fogem-me da frente. Sabes querida Julieta... ás vezes eu vejo o outro caminho, o da felicidade mas cada vez mais longe e ao longo do tempo parece que vou deixando de o ver, está-se a tornar como a linha do horizonte, cada vez mais distante. Um beijinho Lara Vidal.

domingo, 8 de abril de 2012

Décima quinta Julieta

Querida Julieta, voltei de novo a um ponto critico da situação, estou perdida mais uma vez, sem saber o que fazer. Não consigo lidar com isto psicologicamente e todas as noites isso me atormenta. Não faz chorar, mas pior que isso sufoca-me, prende-me de tal forma a este amor inexistente. Sim porque na verdade ele não existe, o que cá restam são pedaços dele, são pequenas gotas de sangue que um dia quem sabe com um simples corte se vão também. O que restam são coisas mínimas que na cabeça são imensas, nunca pensei que a minha cabeça me causasse tantos problemas porque afinal de tudo era ela quem me salvava muitas vezes de mostrar o que sentia quando não devia fazê-lo. Era por ela que eu aclamava quando queria ser orgulhosa. E os olhos? - Esses denunciam-me sempre, e contudo são os que mais gosto. Dizem sempre o que sinto quando aquele rapaz lindo de olhos azuis me enfrenta com palavras acarinhadas de tudo menos de amor, tu sabes querida Julieta... aquelas palavras que nos iludem e por muitas vezes motivam a correr atrás de uma coisa que já não vale a pena ( ou nunca valeu ).
Tenho um amor na cabeça sem o ter no coração que coisa mais esquisita...que absurdo! Como não consigo libertar-me destes pensamentos? Ás vezes eu liberto-os de mim, quando me divirto, quando estou com outro alguém. Foi assim que descobri que isto já não era amor ou que ás tantas nunca foi! Era impossível amar alguém e conseguir estar com outras pessoas para além dele. Quando descobri organizei de certa forma os meus dias : a noite para sentir falta e o dia para recuperar, mas isso comigo só tem acontecido de vez em quando, porque quando estou só, sinto-me assim - sem lágrimas no rosto; uma vontade de escrever; um sufoco; uma dor; uma saudade; um aperto; Mas... querida Julieta se isto não é amor o que será? Um beijinho Lara Vidal

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Décima quarta Julieta

Querida Julieta, calculei que assim que te começasse a escrever as lágrimas iam escorrer pelo rosto. Esta semana fui de férias não  para um sitio que não conhecesse, não um sitio que precisava, um sitio igual. Não consigo amá-lo. E para que foi tudo isto? Eu não consigo agarrá-lo da mesma forma, não consigo beijá-lo como dantes fazia. Eu não sei mais nada de nós. Eu não consigo sentir aquele longo arrepio na espinha, eu não consigo voltar ao que era. Não consigo gostar da pessoa para quem tenho escrito quase todos os dias, não consigo dizer que o amo e sentir mesmo. O que me aconteceu? Esperava tudo de mim menos isto, e sabes querida Julieta... estou muito triste e desiludida comigo própria pelo facto de me ter enganado durante este tempo todo. Julguei conhecer-me um pouco melhor... não sei!
Ele aparecia em todos os momentos e o meu coração mantinha-se com o mesmo batimento, não sufocava, não queria saltar para fora do peito como acontecia à uns tempos atrás. Os meus olhos desviavam-se automaticamente dele, e às vezes perguntava-me o que me estava a acontecer. Porquê não olhava eu da mesma maneira para o meu amor? Porquê não tinha eu uma vontade enorme de o abraçar?Porquê já não sentia eu aquele sentimento ofegante que me destruía. Porquê não gostei eu de partilhar outra vez a mesma cama que ele? Porquê não conseguiu ele encher-me de prazer como me fazia quando namorávamos?
Estou triste por não sentir amor por ele, porque ele era a pessoa certa para eu amar, contudo não sei para onde olhar, o que fazer, como reagir. As lágrimas custam a escorrer, é como se estivesse a fazer uma força maior para chorar. Será que eu esqueci o amor da minha vida? Será que eu vou ser feliz? Será que vou ficar bem de uma vez por todas? Bem, a primeira etapa já ultrapassei, agora é mais simples, é só tirar do pensamento quem do coração já saiu. Beijinho Lara vidal.

domingo, 1 de abril de 2012

Décima Terceira Julieta

Querida Julieta sinto um sufoco na garganta, algo que me está a destruir a pouca personalidade que tenho. Está a sufocar de uma forma muito agressiva e também a pressionar-me de uma certa forma para que lhe diga algo; para que lhe fale. Mas eu não quero, não o vou fazer porque me sinto um pouco mais forte do que um amor que foi trocado pela droga pelas más vidas, por escolhas inúteis sem caminho correto. Eu sou bem mais forte que tudo isto; que uma simples mensagem com tudo o que sinto. 
As lágrimas escorrem lentamente e a cabeça está a pensar numa solução rápida que me ajude a sair desta situação embaraçosa que me está a apertar o peito. Amanhã fazia-mos um ano e quatro meses... Tanto tempo! Fazemos também três meses que não falamos como dois adolescentes amigos, três meses que vivemos na ausência um do outro... isto se aquele coração de pedra tiver o dom de sentir a minha ausência, acho que isso seriam capacidades a mais para ele. E a mim? Só tenho vontade de fugir para um  lugar diferente, para bem longe. Não quero sons a perturbarem os meus ouvidos e o meu descanso, contento-me com o som da brisa, ou com o silêncio das árvores; com a melodia dos pássaros. Não quero uma cama hoje basta-me um pequeno cobertor e um monte de folhas para me aconchegar a cabeça. Não necessito de comida eu sei que não vou pensar nisso. Quero apenas dormir uma bela sesta como uma criança faz quando está cansada de brincar e no fim da tarde se aconchega no sofá, quero apenas descansar deste amor; desta dor; desta falta; desta saudade; quero descansar ;quero sair daqui; preciso de melhor. E hoje nem preciso de alguém para me acariciar as faces, nem os cabelos, o vento trata disso. Quero apenas sair deste mundo que me rodeia, daqueles bancos do jardim que tantas vezes me recordam todos os momentos. Quero só libertar-me, como ele se libertou de mim; preciso mesmo.
( É mesmo incrível como me sinto bem melhor depois de escrever tudo isto ) Um beijinho Lara Vidal.